A obesidade infantil traz desafios únicos para a saúde e já é considerado um problema crônico prevalente entre as crianças no mundo. E esperar que ela cresça para então emagrecer não é uma boa escolha, pois diversas doenças podem surgir logo na infância.

Isso significa que quanto mais precoce a intervenção, maior é a chance de manter um peso saudável no futuro. Evitando assim problemas como colesterol alto, diabetes, hipertensão, problemas osteoarticulares e outros. Sem contar com o impacto na auto estima e qualidade de vida da criança.

Para compreender quais as melhores práticas quando se trata de obesidade infantil e como encorajar mudanças sustentáveis no estilo de vida, que não tragam frustração, o mais indicado é buscar auxílio com um nutricionista especializado.

Confira abaixo mais informações sobre esse assunto. 

A obesidade infantil e seus dados alarmantes 

Segundo estudo publicado na revista científica The Lancet, a taxa global de obesidade em crianças disparou em 41 anos. Estima-se que em 2025, teremos no Brasil cerca de 11,3 milhões de crianças obesas.

Este aumento alarmante de obesos virá associado a uma crescente de doenças crônicas como diabetes, hipercolesterolemia, hipertensão arterial, doenças do fígado, e até mesmo o câncer. 

De acordo com o estudo divulgado na Lancet, a prevalência de obesidade global em meninas saltou de 0,7% em 1975 para 5,6% em 2016. Em meninos, a alta foi ainda maior: saiu de apenas 0,9% em 1975 para 7,8% em 2016.

Como consequência, 124 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos ao redor do mundo estavam obesos em 2016. Segundo dados, o sul é a região brasileira com maior percentual de escolares obesos, chegando a 10,2%.

Na capital do estado de Santa Catarina, estudo com 1.223 escolares de 7 a 10 anos constatou prevalência de sobrepeso/obesidade em 32,7% das meninas e 36,2% em meninos.

Os pesquisadores do estudo, coordenado pela universidade inglesa Imperial College London e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), alertam que, se a obesidade continuar crescendo nos níveis das últimas décadas, o mundo terá mais crianças e adolescentes obesos do que com baixo peso.

A causa parece ser multifatorial, com grande participação do aumento do consumo de alimentos ricos em açúcar, gordura e dos alimentos ultra processados. A monotonia alimentar, a redução da prática de atividades físicas, o vício no mundo digital e a influência dos hábitos alimentares dos pais. 

Como tratar a obesidade infantil?

O tratamento da obesidade infantil deve ser pautado principalmente na melhora dos hábitos alimentares, com a participação ativa dos pais, que devem ajudar a criança a adotar hábitos de alimentação saudáveis. E para isso, algumas dicas são:

- Evitar comprar alimentos industrializados, que são açucarados ou gordurosos, como bolachas, refeições pré-preparadas;

- Comprar uma grande variedade de frutas e legumes e dar preferência às frutas cítricas e aos vegetais comidos crus;

- Os vegetais que necessitam ser cozidos, como a vagem, a berinjela, a abobrinha ou os cogumelos, devem ser preparados ao vapor, sem sal e o azeite deve ser adicionado em pouca quantidade;

- Não oferecer à criança refrigerantes, dando preferência à água e sucos de fruta naturais;

- Comprar um prato de tamanho infantil;

- Evitar que a criança fique distraída durante a refeição, não deixando que veja televisão ou utilize jogos;

- Ajude dando o exemplo, melhorando sua própria alimentação. 

Como fazer a criança gastar mais energia e se exercitar

A prática regular de exercício físico é fundamental para ajudar a criança a perder peso. Uma das sugestões implica em limitar o acesso a internet e televisão, pois é importante estabelecer limites nesses estímulos e incentivar a criança a se movimentar mais durante o dia. 

Veja abaixo algumas dicas para ajudar os pais a incentivar o exercício na criança:

- Procurar atividades que a criança goste;

- Incentive a família a participar regularmente atividades ao ar livre;

- Permita que a criança experimente atividades diversas como judô, natação, karatê, escolinha de futebol ou dança, por exemplo;

Isso vai evitar que a criança mantenha um estilo de vida sedentário, sendo possível manter um peso saudável, independente das mudanças hormonais próprias da idade. 

Vale a pena ressaltar que, quando se trata de obesidade infantil, o acompanhamento com um profissional de saúde é fundamental. Você pode entrar em contato conosco para marcar sua consulta e retirar todas as dúvidas.